Português Virtual
Blogue de consulta e estudo para alunos que querem dar o litro!
17/07/2011
Parabéns!
Congratulo-me pelo facto de praticamente todos terem tido sucesso no exame de Português, em particular tendo em conta que a média nacional foi de 8,9. Parabéns!
Ainda assim, recomendo que alguns de vocês compareçam na segunda fase, em particular uma menina muito aplicada cujo resultado ficou aquém das nossas expectativas. O jovem que se reservou para o segundo round, faça o favor de não dormir na forma e fazer jus às suas capacidades.
Desejo-vos umas óptimas férias e muito boa sorte na vossa vida pós secundário! Como vou ter saudades, espero que apareçam ou dêem notícias, ok?
Beijos e queijos da vossa professora*
26/05/2011
Felizmente Há Luar!


Consulta os links que se seguem para consolidares os teus conhecimentos acerca da obra.
http://www.notapositiva.com/pt/apntestbs/portugues/12_felizmente_ha_luar.htm
http://aulaportugues.no.sapo.pt/textosapoiofhl.htm#Trágica apoteose
http://www.prof2000.pt/users/jsafonso/Port/luar.htm
http://pt.scribd.com/doc/2663118/Felizmente-Ha-Luar-#outer_page_1
http://ciberjornal.files.wordpress.com/2009/01/ficha-inform-caracter-epico-da-obra-tecnica-realista-brecht.pdf
28/03/2011
Teste de verificação da leitura da obra Memorial do Convento
Testa a tua memória relativamente à obra Memorial do Convento
http://www.anossaescola.com/cr/testes/MC_aferição_de%20_leitura1.htm
http://www.anossaescola.com/cr/testes/MC_aferição_de%20_leitura1.htm
Leitura imprescindível para consolidação dos conhecimentos:
http://www.notapositiva.com/pt/textapoiobs/portugues/12memorialconvento.htm
http://www.lithis.net/74
http://www.notapositiva.com/pt/textapoiobs/portugues/12memorialconvento.htm
http://www.lithis.net/74
Funcionamento da língua
Esta entrada vai conter, progressivamente, inúmeros links que remetem para o conhecimento explícito da língua (gramática).
DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ORAÇÕES
http://ciberjornal.files.wordpress.com/2009/01/oracoes-coordenadas-e-subordinadas-ficha-informativa.pdf
Exercícios - http://pt.scribd.com/doc/22298367/Oracoes-Coordenadas-e-Subordinadas-Correccao
DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ORAÇÕES
http://ciberjornal.files.wordpress.com/2009/01/oracoes-coordenadas-e-subordinadas-ficha-informativa.pdf
Exercícios - http://pt.scribd.com/doc/22298367/Oracoes-Coordenadas-e-Subordinadas-Correccao
24/03/2011
José Saramago
Tópicos essenciais por capítulo
Capítulo I
- Anúncio da ida de D. João V ao quarto da rainha.
- Desejo de D. Maria Ana: satisfazer o desejo do rei de ter um herdeiro para o reino.
- Passatempo do rei: construção, em miniatura, da Basílica de S. Pedro de Roma.
- Premonição de um franciscano: o rei terá um filho se erguer um convento franciscano em Mafra.
- Promessa do rei: mandar construir um convento se a rainha lhe der um filho no prazo de um ano.
- Chegada do Rei ao quarto da rainha, decidido a ver cumprida a promessa feita a Frei António de S. José.
- Referência a milagres franciscanos que auguram a promessa real: história de Frei Miguel da Anunciação (o corpo que não corrompia e os milagres); história de Sto. António (seus milagres e castigos); os precedentes franciscanos.
- Visão crítica do narrador face às promessas e milagres dos franciscanos: o mundo marcado por excesso de riqueza e extrema pobreza.
- Reflexões sobre Lisboa: condições de vida; visão abjecta da cidade no Entrudo; crítica a hábitos religiosos, à procissão da penitência, à Quaresma.
- O estado de gravidez da rainha (da condição de mulher comum à sua infinita religiosidade).
- O sonho da rainha com o cunhado (tópico da traição).
- Apresentação de Baltasar Mateus: Sete-Sóis, 26 anos, natural de Mafra, maneta à esquerda, na sequência da Batalha de Jerez de los Caballeros (Espanha).
- Estada em Évora, onde pede esmola para pagar um gancho de ferro e poder substituir a mão
- Percurso até Lisboa, onde vive muitas dificuldades.
- Indecisão de Baltasar: regressar a Mafra ou dirigir-se ao Terreiro do Paço (Lisboa) e pedir dinheiro pela mutilação na guerra.
- Encontro de Baltasar Sete-Sóis com um amigo, antigo soldado: João Elvas.
- Referências ao crime na cidade lisboeta e ao Limoeiro.
- Fragilidade de D. Maria Ana, com a gravidez e com a morte do seu irmão José (imperador da Áustria).
- Apresentação de Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda (Sete Luas) - condenada ao degredo (Angola), por ter visões e revelações.
- Espectáculo do auto de fé assistido por Blimunda, na companhia do padre Bartolomeu Lourenço.
- Proximidade de Baltasar Mateus (Sete-Sóis), que trava conhecimento com Blimunda assim que esta lhe pergunta o nome.
- Paixão de Baltasar pelos olhos de Blimunda.
- União de Bartolomeu Lourenço, Blimunda e Baltasar, após o auto de fé, tendo o ex-soldado acompanhado o padre e Blimunda a casa desta, onde comeram uma sopa.
- Apresentação de Blimunda como vidente (quando está em jejum vê as pessoas “por dentro”).
- Consumação do amor de Baltasar e Blimunda (19 anos, virgem), com esta a prometer que nunca o olhará por dentro.
- Visão crítica das leis comerciais.
- Narrativa de João Elvas, a Baltasar, sobre um suposto ataque dos franceses a Lisboa (que mais não era do que a chegada de uma frota com bacalhau).
- Conflito de Baltasar: saber a cor dos olhos de Blimunda.
- Deslocação do Padre Bartolomeu Lourenço ao Paço para interceder por Baltasar (a fim de este receber uma pensão de guerra) e compromisso de falar com o Rei, caso tarde a resposta.
- Apresentação, por João Elvas, de Bartolomeu Lourenço como o Voador (as diversas tentativas levadas a cabo pelo padre para voar, justificando-se, este, que a necessidade está na base das conquistas do homem; o conhecimento da mãe de Blimunda, dadas as visões que esta tinha de pessoas a voar).
- Questão de Baltasar ao padre: o facto de Blimunda comer pão, de manhã, antes de abrir os olhos.
- Apresentação da passarola a Baltasar, pelo Padre B. Lourenço (S. Sebastião da Pedreira).
- Descrição da passarola, a partir do desenho que o padre mostra a Baltasar.
- Convite do Padre para que Baltasar o ajude na construção da passarola.
- Trabalho de Baltasar num açougue.
- Evolução da gravidez da rainha, tendo o rei de se contentar com uma menina.
- Rendição das frotas portuguesas do Brasil aos franceses.
- Visita de Baltasar e Blimunda à zona enfeitada para o baptismo da princesa, estando aquele mais cansado do que habitualmente, por carregar tanta carne para o evento.
- Morte do frade que formulou a promessa real; fidelidade de D. João V à promessa.
- Relação amorosa de Baltasar e Blimunda.
- Procura de Baltasar a propósito do misterioso acordar de Blimunda: esta conta-lhe que, em jejum, consegue ver o interior das pessoas; daí comer o pão ao acordar para não ver o interior de Baltasar.
- Indicação de Blimunda, a Baltasar, acerca do seu dom: vê o interior dos outros e “vê” a nova gravidez da rainha.
- Falha na obtenção da tença pedida ao Paço para Baltasar e despedimento do local onde este trabalhava (açougue).
- Nascimento do segundo filho do rei, o infante D. Pedro.
- Deslocação de El-rei a Mafra, para escolher a localização do convento (um alto a que chamam Vela).
- Auxílio de Baltasar ao padre Lourenço na construção da passarola, tendo-lhe este dado a chave da quinta do duque de Aveiro, onde se encontra a “máquina de voar”.
- Visita de Baltasar à quinta, acompanhado de Blimunda.
- Inspecção de Blimunda, em jejum, à máquina em construção para descobrir as suas fragilidades.
- Atribuição, pelo Padre B. Lourenço, dos apelidos de Sete-Sóis e Sete-Luas, respectivamente, a Baltasar e a Blimunda (ele vê “às claras” e ela “vê às escuras”).
- Deslocação do Padre à Holanda, para aprender com os alquimistas a fazer descer o éter das nuvens (necessário para fazer voar a passarola).
- Realização de novo auto-de-fé, mas Baltasar e Blimunda permanecem em S. Sebastião da Pedreira.
- Partida de Baltasar e Blimunda para Mafra e do padre para a Holanda, ficando aqueles responsáveis pela passarola.
- Ida à tourada, antes de Baltasar e Blimunda partirem de Lisboa.
- Visita de Baltasar à família, com apresentação de Blimunda e explicação da perda da mão.
- Vivência conjunta e harmoniosa na família de Baltasar.
- Venda das terras do pai de Baltasar, por causa da construção do convento.
- Trabalho procurado por Baltasar.
- Comparação entre a morte e o funeral do filho de dois anos da irmã de Baltasar e a morte do infante D. Pedro.
- Nova gravidez da rainha, desta vez do futuro rei.
- Comparação dos encontros de Baltasar com Blimunda e do rei com a rainha.
- A frequência dos desmaios do rei e a preocupação da rainha.
- O desejo de D. Francisco, irmão do rei, casar com a rainha, à morte deste.
Capítulo XI
- Regresso de Bartolomeu Lourenço da Holanda, passados três anos, e o abandono da abegoaria (quinta de S. Sebastião da Pedreira).
- Constatação do padre de que Baltasar cuidara da passarola, conforme lhe havia pedido.
- Deslocação a Coimbra, passando por Mafra para saber de Baltasar e Blimunda.
- Reflexão sobre o papel que cada um tem na construção do futuro, não estando este apenas nas mãos de Deus.
- Atribuição de bênção a quem a pede, deparando o padre, no caminho para Mafra, com trabalhadores (comparados a formigas).
- Conversa do Padre com um pároco, ficando a saber que Baltasar e Blimunda casaram e onde vivem.
- Visita do padre ao casal de amigos e conversa sobre a passarola.
- Bartolomeu Lourenço na casa do padre Francisco Gonçalves, a pernoitar.
- Encontro de Blimunda e Baltasar com padre B. Lourenço, de manhã muito cedo, quando ela ainda está em jejum.
- Apresentação, a Baltasar e Blimunda, do resultado de aprendizagem do Padre na Holanda: o éter que fará voar a passarola vive dentro das pessoas (não é a alma dos mortos, mas a vontade dos vivos).
- Pedido de auxílio do Padre a Blimunda: ver a vontade dos homens (esta consegue ver a vontade do padre) e colhê-la num frasco.
- Deslocação de Bartolomeu Lourenço a Coimbra para aprofundar os seus estudos e se tornar doutor.
- Ida de Blimunda e Baltasar para Lisboa: ela, para recolher as vontades; ele, para construir a passarola.
- Tomada da hóstia, em jejum: Blimunda descobre que o que está dentro desta é o mesmo que está dentro do homem – a religião.
- Festividades da inauguração da construção do convento e do lançamento da primeira pedra (três dias), a ter lugar numa igreja–tenda ricamente decorada e com a presença de D. João V.
- Baltasar e Blimunda na inauguração.
- Passada uma semana, partida do casal para Lisboa.
- Verificação de Baltasar relativamente ao estado enferrujado da máquina, seguida dos arranjos necessários e da construção de uma forja enquanto o padre não chega.
- Chegada do padre, dizendo a Blimunda que serão necessárias, pelo menos, duas mil vontades para a passarola voar (tendo ela apenas recolhido cerca de trinta).
- Conselho do Padre para que Blimunda recolha vontades na procissão do Corpo de Deus.
- Regresso do Padre a Coimbra para concluir os seus estudos.
- Trabalho de Baltasar e Blimunda na máquina, durante o Inverno e a Primavera, e chegada, por vezes, do padre com esferas de âmbar amarelo (que guardava numa arca).
- Perspectivas de a procissão do Corpo de Deus ser diferente do normal.
- Perda da capacidade visionária de Blimunda, com a chegada da lua nova.
- Saída da procissão (8 de Junho de 1719) – só no dia seguinte, com a mudança da lua, Blimunda recupera o seu poder.
- Regresso do Padre Bartolomeu Lourenço de Coimbra, doutor em cânones.
- Novo estatuto do padre: fidalgo capelão do rei, vivendo nas varandas do Terreiro do Paço.
- Relação do padre com o rei: este apoia a aventura da passarola, exprimindo o desejo de voar nela.
- Lição de música (cravo) da infanta D. Maria Bárbara (8 anos), sendo o seu professor o maestro Domenico Scarlatti.
- Conversa do padre com Scarlatti, depois da lição.
- Audição, em toda a Lisboa, de Scarlatti a tocar cravo, em privado.
- Scarlatti em S. Sebastião da Pedreira, a convite de Bartolomeu Lourenço (após dez anos de Baltasar e Blimunda terem entrado na quinta).
- Apresentação a Scarlatti do casal e da máquina de voar.
- Convite a Scarlatti para visitar a quinta sempre que quiser.
- Ensaio do sermão de Bartolomeu Lourenço para o Corpo de Deus (tema: Et ego in illo).
- Censura do sermão de Bartolomeu Lourenço por um consultor do Santo Ofício.
- S. Sebastião da Pedreira recebe o cravo de Scarlatti.
- Vontade de Scarlatti voar na passarola e tocar no céu.
- Ida de Baltasar e Blimunda a Lisboa (dominada pela peste), à procura de vontades.
- Doença estranha de Blimunda, após a recolha de duas mil vontades.
- Apoio de Baltasar e recuperação de Blimunda após audição da música de Scarlatti.
- Encontro do casal com o padre Bartolomeu Lourenço.
- Remorsos de Bartolomeu Lourenço por ter colocado Blimunda em perigo de vida.
- Vontade de Bartolomeu Lourenço informar o rei de que a máquina está pronta, não sem a experimentar primeiro.
Capítulo XVI
- Reflexão sobre o valor da justiça.
- Morte de D. Miguel, irmão do rei, devido a naufrágio.
- Necessidade de o Rei devolver a quinta de S. Sebastião da Pedreira ao Duque de Aveiro, após anos de discussão na Justiça.
- Vontade do Padre experimentar a máquina para, depois, a apresentar ao rei.
- Receio do Padre face ao Santo Ofício: o voo entendido como arte demoníaca.
- Fuga do Padre, procurado pela Inquisição, na passarola.
- Destruição da abegoaria para a passarola poder voar.
- Voo da máquina com o Padre, Baltasar e Blimunda e descrição de Lisboa vista do céu.
- Abandono do cravo num poço da quinta para Scarlatti não ser perseguido pelo Santo Ofício.
- Perseguição de Bartolomeu Lourenço pela Inquisição.
- Divisão de tarefas na passarola e preocupação do Padre: se faltar o vento a passarola começa a cair e o mesmo acontecerá quando o sol se puser.
- Visão de Mafra a partir do céu: a obra do convento, o mar.
- Cepticismo dos habitantes que vêem a passarola nos céus.
- Descida e pouso da passarola numa espécie de serra, com a chegada da noite.
- Tentativa de destruição da passarola, por Bartolomeu Lourenço (fogo), mas Baltasar e Blimunda impedem-no.
- Fuga do padre e camuflagem da máquina com ramos das moitas, na serra do Barregudo.
- Chegada de Baltasar e Blimunda, dois dias depois, a Mafra, fingindo que vêm de Lisboa.
- Procissão em Mafra em honra do Espírito Santo, que sobrevoou as obras da basílica (na perspectiva dos habitantes).
- Trabalho procurado por Baltasar e Álvaro Diogo com a hipótese de ele trabalhar nas obras do convento.
- Baltasar na Ilha da Madeira, local de alojamento para os trabalhadores do convento.
- Descrição da vida nas barracas de madeira (mais de 200 homens que não são de Mafra).
- Verificação do atraso das obras (feita por Baltasar) – motivos: chuva e transporte dos materiais dificultam o avanço.
- Notícias de um terramoto em Lisboa.
- Regresso de Baltasar ao Monte Junto, onde se encontra a passarola.
- Visita de Scarlatti ao convento e encontro com Blimunda, sendo esta informada de que Bartolomeu de Gusmão morreu em Toledo, no dia do terramoto.
- Enumeração dos bens do Império de D. João V.
- Enumeração dos bens comprados para a construção do convento.
- Realização de uma missa numa capela situada entre o local do futuro convento e a Ilha da Madeira.
- Apresentação dos trabalhadores do convento e apresentação de Baltasar Mateus (já com 40 anos).
- Os trabalhos de transporte de pedra-mãe (Benedictione).
- Mudança de serviço no trabalho de Baltasar: dos carros de mão à junta de bois.
- Notícia da necessidade de ir a Pêro Pinheiro buscar uma pedra enorme (Benedictione).
- Trabalho dos homens em época de calor e descrição da pedra.
- Ferimento de um homem (perda do pé) no transporte da pedra (“Nau da Índia”).
- Narrativa de Manuel Milho (história de uma rainha e de um ermitão).
- Segundo dia do transporte da pedra e retoma da narrativa de Manuel Milho.
- Chegada a Cheleiros e morte de Francisco Marques (atropelado pelo carro que transporta a pedra) bem como de dois bois.
- Velório do corpo do trabalhador.
- Manuel Milho retoma a narrativa.
- Missa e sermão de domingo.
- Final da história narrada por Manuel Milho.
- Chegada da pedra ao local da Basílica, após oito dias de percurso.
- Regresso de Baltasar, na Primavera, ao Monte Junto, depois de seis ou sete tentativas.
- Companhia de Blimunda, passados três anos da descida da passarola, nesse regresso.
- Confidência de Baltasar ao pai: o destino da sua viagem e o voo na passarola.
- Renovação da passarola graças à limpeza feita por Baltasar e Blimunda.
- Descida do casal a Mafra, localidade infestada por doenças venéreas.
- Morte do pai de Baltasar.
- Auxílio desmotivado da Infanta D. Maria e do Infante D. José na construção da Basílica de S. Pedro (brinquedo de D. João V).
- Encomenda de D. João V ao arquitecto Ludovice para construir uma basílica como a de S. Pedro na corte portuguesa.
- Desencorajamento de Ludovice, convencendo o rei a construir um convento maior em Mafra.
- Conversa de D. João V com o guarda-livros sobre as finanças portuguesas e preparativos para o aumento da construção do convento em Mafra.
- Intimação de um maior número de trabalhadores para cumprimento da vontade real.
- O rei e o medo da morte (que o possa impedir de ver a obra final).
- Vontade de D. João V em sagrar a basílica no dia do seu aniversário, daí a dois anos (22/10/1830).
- Chegada de um maior número de trabalhadores a Mafra (500).
- Casamento da Infanta Maria Bárbara com o príncipe D. Fernando de Castela e casamento do príncipe D. José com Mariana Vitória.
- Participação de João Elvas no cortejo real para encontro dos príncipes casadoiros.
- Parida do rei para Vendas Novas.
- Percurso do rei na direcção de Montemor.
- Trabalho de João Elvas no arranjo das ruas, após chuva torrencial, para que o carro da rainha e da princesa possa prosseguir para Montemor.
- Esforço dos homens para tirar o carro da rainha de um atoleiro.
- João Elvas recorda o companheiro Baltasar Mateus junto de Julião Mau-Tempo.
- Conversa destes e a suspeita de que Baltasar voou com Bartolomeu de Gusmão.
- Tempo chuvoso no percurso de Montemor a Évora.
- Lembrança da princesa de que desconhece o convento que se está a erguer em favor do seu nascimento, depois de ver homens presos a serem enviados para trabalhar em Mafra.
- Encontro do rei com a rainha e os infantes em Évora.
- Cortejo real dirigido para Elvas, oito dias após a partida de Lisboa para troca das princesas peninsulares.
- Reis de Espanha em Badajoz.
- Chegada do rei, da rainha e dos infantes ao Caia, a 19 de Janeiro.
- Cerimónia da troca das princesas peninsulares.
- Cortejo de estátuas de santos em Fanhões.
- Deslocação de noviços para Mafra nas vésperas de sagração do convento.
- Chegada dos noviços.
- Regresso de Baltasar a casa depois do trabalho.
- Ida de Baltasar e Blimunda ao local onde se encontram as estátuas.
- Apreensão de Blimunda ao saber que passados seis meses Baltasar vai ver a passarola.
- O casal no círculo das estátuas e reflexão sobre a vida e a morte.
- Despedida amorosa de Baltasar e Blimunda na barraca do quintal.
- Chegada de Baltasar à Serra do Barregudo.
- Entrada de Baltasar na passarola, seguida da queda deste e do voo da máquina.
- Espera de Blimunda e posterior busca de Baltasar.
- Entrada do rei em Mafra.
- Grito de Blimunda ao chegar ao Monte Junto, depois de descobrir que a passarola não se encontrava no local habitual.
- Encontro de Blimunda com um frade dominicano que a convida a recolher-se numa ruínas junto ao convento.
- Tentativa de violação de Blimunda pelo frade e morte deste com o espigão que ela lhe enterra entre as costelas.
- Blimunda faz o caminho de regresso a casa.
- A ansiedade de Blimunda depois de duas noites sem dormir.
- Final das festividades do dia, em Mafra.
- Informação de Álvaro Diogo sobre quem está para chegar a Mafra.
- Dia do aniversário do rei e da sagração da basílica.
- Cortejo assistido por Inês Antónia e Álvaro Diogo, acompanhados por Blimunda.
- Bênção do patriarca na Benedictione.
- Final do primeiro dos oito dias de sagração e saída de Blimunda para procurar Baltasar.
- Procura de Baltasar por Blimunda ao longo de nove anos.
- Apelido de Blimunda: a voadora.
- Identificação de Blimunda com a terra onde ela permaneceu por largo tempo a ajudar os que dela se socorriam: Olhos de Água.
- Passagem de Blimunda por Mafra e tomada de conhecimento da morte de Álvaro Diogo.
- Sétima passagem desta por Lisboa.
- Encontro de Blimunda (em jejum) com Baltasar, que está a ser queimado num auto-de-fé, junto com António José da Silva (O Judeu).
- Recolha da vontade de Baltasar por Blimunda.
20/02/2011
QUADRO SINÓPTICO ABREVIADO DA LITERATURA PORTUGUESA
1º Período: dos Trovadores
2º Período: dos poetas Palacianos e Cronistas
Literatura Clássica (Séc. XVI a XVIII)
2º Período: Barroco
3º Período: Neoclassicismo
Literatura Moderna (Séc. XIX)
1º Período: Romantismo
2º Período: do Realismo ao Simbolismo
3º Período: Modernismo
Literatura Contemporânea (Séc. XX e XXI)
Neo-Realismo
Surrealismo
Experimentalismo e poesia de 61
Concentrismo
Existencialismo
Realismo Histórico
Saber mais
Para saberes mais sobre os diferentes conteúdos programáticos, podes ainda consultar os seguintes locais:
http://www.slideshare.net/sebentadigital/presentations
http://pt.scribd.com/doc/33771100/Os-Lusiadas-e-Mensagem
http://www.malhatlantica.pt/drfilipeaz/PagsParali/LP/Lus%C3%ADadas%20%C3%A0%20Mensagem.pdf
Nota: esta entrada vai ser progressivamente alargada, sendo que deves consultar os sites para os quais és remetido no final das diferentes mensagens, pois estes não figurarão nesta lista.
Contraponto entre Os Lusíadas e a Mensagem
D' Os Lusíadas à Mensagem
Os poemas de Camões e de Fernando Pessoa sobre Portugal situam-se respectivamente no início e na fase terminal do longo processo de dissolução do império. Daí notáveis diferenças, a par de afinidades sensíveis. Ao gizar a Mensagem, não só Fernando Pessoa tinha Os Lusíadas no âmbito das suas referências culturais como nele desembocavam os rios subterrâneos duma Weltanschauung e duma mitologia colectivas vindas de Camões e do humanismo quinhentista.
Ambos se mostram impregnados duma concepção mística e missionária da História portuguesa (talvez seja melhor dizer missionante, para evitar equívocos). D. Sebastião, n'Os Lusíadas, é um enviado de Deus incumbido de alargar a Cristandade: «Vós, Ó novo temor da Mama lança, / Maravilha fatal da nossa idade, / Dada ao mundo por Deus, que todo o mande, / Para do mundo a Deus dar parte grande» (1,6).
Na Mensagem, Portugal é um instrumento de Deus, a História pátria obedece a um plano oculto, os heróis cumprem um destino que os ultrapassa: «Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal / A mão que ergueu o facho que luziu, / Foi Deus a alma e o corpo Portugal /Da mão que o conduziu».
Se, n'Os Lusíadas, o nosso país é «qual cume da cabeça / Da Europa», na Mensagem, em descrição semelhante, Portugal é o seu rosto, e a diferença reside na personificação da Europa, figura feminina, de «olhos negros», «românticos cabelos», o rosto apoiado na mão direita, atitude estática, pensativa. [...]
Tanto Camões como Pessoa, cantores da pátria, são poetas da ausência. Poetas do que foi ou do que poderá vir a ser. Dum amor que ou se refugia na memória ou, revigorado, se traduz na vibração dum apelo. Mas as situações divergem, um intervalo multissecular tinha de separá-los.
No Camões épico predomina o elemento viril – a viagem, a aventura, o risco. Tradicionalmente, a mulher é a que fica, esperando, imóvel, na felicidade e no sonho do regresso: como Pessoa e as figuras em que se desdobra, de olhos fitos no indefinido. Homem de acção, e não só de inteligência, Camões ainda conheceu o império no concreto da sua grandeza e das suas misérias, era-lhe fácil ainda ter esperança, o D. Sebastião a quem se dirige é um jovem de carne e osso, vale a pena mostrar-se, exibir os seus préstimos, para que o Rei o distinga, confie nele, se lance na conquista do Norte de África levando-o consigo. Outro império terreno ainda parece possível, «como a pressaga mente vaticina», o próprio Velho do Restelo sanciona a aventura, e Camões prepara-se para cantar a nova empresa. O D. Sebastião da Mensagem, elaborado longa mente pelo sebastianismo e pela humilhação, esse é o Encoberto, o Desejado, uma sombra, um mito. [...]
Em Camões, põem-se no mesmo plano a memória e a esperança. Em Pessoa, não, porque o objecto da esperança se transferiu para o sonho, a utopia, e daí uma concepção diferente de heroísmo. [...]
Se continuássemos à procura de pontos de contacto entre Camões e Fernando Pessoa, ainda poderíamos registar a sua capacidade e preocupação arquitectónicas. Jorge de Sena valorizou «o extraordinário equilíbrio construtivo que, em Os Lusíadas, encontramos, seja qual for o aspecto por que examinemos o poema». Por seu turno, os textos que compõem a Mensagem distribuem-se em grupos e subgrupos, obedecendo a um plano cuidadosamente estabelecido. Aqui a diferença está no facto de Os Lusíadas serem, pela forma, que não só pela substância, uma epopeia clássica, narração onde enlaçam a viagem de Vasco da Gama, a comédia dos deuses e a História de Portugal, mediante alternâncias e discursos dentro do discurso, uns retrospectivos, outros prospectivos, enquanto a Mensagem integra, como se sabe, 44 poesias breves, datadas de várias épocas e arrumadas em três partes principais: «Brasão», «Mar Português» e «O Encoberto». A primeira e a terceira partes ainda estão subdivididas: a primeira em «Os Campos», «Os Castelos» «As Quinas», «A Coroa» e «O Timbre», reproduzindo assim os elementos da bandeira nacional; a terceira os «Símbolos», «Os Avisos» e «Os Tempos». Da face interna, emblemática, desta arquitectura, aliás de sentido ocultista, [...] infere-se um carácter menos narrativo e mais interpretativo, mais cerebral, que o d'Os Lusíadas. [...]
[Pessoa] possui aquilo a que Cesare Pavese chamava «o senso heráldico», isto é, a faculdade de ver símbolos em tudo. Os heróis da galeria da Mensagem funcionam, com efeito, como símbolos, elos duma trajectória cujo sentido Pessoa se propõe desvelar até onde o permite o olhar visionário.
O assunto da Mensagem não é os portugueses ou eventos concretos, mas a essência de Portugal e a sua missão por cumprir. Em fragmento recolhido nas Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, Pessoa censurava a Os Lusíadas a falta dum pensamento. Pois na Mensagem é a redução a um pensamento que descarna, espectraliza as personagens da História nacional.
Tanto Camões como Pessoa usaram o processo da descrição sucessiva, fragmentária, de figuras-padrão. Nos discursos esta técnica verifica-se quer na «explicação» das bandeiras por Paulo da Gama perante o Catual, quer no relato da História de Portugal feito por Vasco da Gama destinado ao Rei de Melinde. Os retratos (por vezes auto-retratos) morais da Mensagem filiam-se no epigrama ou inscrição tumular dos clássicos. [...]
Em Camões, temos tão-só a descrição laudatória; em Pessoa, Viriato não é já um herói confinado no seu tempo, encarna um momento da vida duma nação, o momento da gestação latente; prefigura o que havia de vir, é o sinal dum plano que tinha de cumprir-se. O indivíduo apaga-se em favor do ente metafísico chamado Portugal. Os elementos descritivos e narrativos ficam obliterados.
Algo semelhante ocorre no tratamento doutra personagem: o Rei D. Dinis. Camões narra, em três oitavas, o que nós hoje aprendemos na escola: o seu reinado foi pacífico e próspero, fundou a Universidade, que depois transferiu para Coimbra, promulgou novas leis, reformou o país «Com edifícios grandes e altos muros» (III, 96-98). Falta qualquer alusão a ter mandado semear o pinhal de Leiria. Pelo contrário, na Mensagem é este o facto posto em relevo pelo seu valor simbólico: D. Dinis surge como «plantador de naus a haver»; encarna outro momento da História secreta de Portugal, é também o instrumento duma vontade transcendente, prepara de longe o Império, ouve, de noite, enquanto escreve um cantar, «o rumor dos pinhais que, como um trigo / De império, ondulam sem se poder ver».
Sem dúvida, na segunda parte da Mensagem, «Mar Português», perpassa um sopro épico, exalta-se o esforço heróico dos Portugueses no domínio dos mares, Pessoa dá, por vezes, a réplica a Os Lusíadas. «O Mostrengo», do mesmo modo que o Adamastor, opõe à hostilidade bravia da Natureza a energia indómita dos Portugueses: «Sou um povo que quer o mar que é teu» – diz ao Mostrengo o homem do leme. Na Mensagem retoma-se, embora noutro registo, o tópico da vantagem que levam os Portugueses aos navegadores da Antiguidade: «Que o mar com fim será grego ou romano; / O mar sem fim é português». E, como n' Os Lusíadas, não se esconde que o reverso da vitória é as lágrimas: a épica integra em claro-escuro a história trágico-marítima: a Mensagem é também um livro-síntese:
«Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal!» Mas a perspectiva mudou. Austero, absorto, Pessoa não canta a expansão terrena, menos ainda a guerra contra os
Infiéis. Não é católica apostólica romana a sua inspiração. O emprego do singular Deus, com maiúscula, imposto pela matéria da obra, não vale mais, como prova de convicção pessoal, que o emprego do plural deuses em Ricardo Reis. A atitude típica dos heróis da Mensagem é contemplativa e expectante: olham o indefinido, concentram-se na febre do além que o poeta encarna nos versos admiráveis de «A Noite»: «Com fixos olhos rasos de ânsia / Fitando a proibida azul distância». Depressa esta atitude significa uma ânsia metafísica, a busca duma Índia que não há. A primeira grande missão cometida por Deus a Portugal, desvendar o mundo, chegou ao seu termo: «Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez» – diz Pessoa em «O Infante». Então qual o destino nacional que vem anunciar? Que sentido tem o verso «Senhor, falta cumprir-se Portugal»?
A inspiração da Mensagem, como foi lembrado, é ocultista, e o Império entrevisto no futuro uma aventura do espírito, viagem sem fronteiras ou limitações movida pelo amor do diverso e uma constante inquietação. Quando muito (a fala sibilina deixa supô-lo) um império da língua portuguesa, superior por natureza ao império terreno, «obscuro e carnal anterremedo» que o tempo destruiu. Na terceira parte do livro, o lema «Pax in excelsis» e a despedida, «Valete, Fratres», sugerem um projecto de fraternidade universal entre os homens. Talvez o que se aponta seja, na verdade, a utopia, e por isso o elogio do herói, ao contrário do que sucede n'Os Lusíadas, redunda no elogio da «loucura» – essa loucura de sinal positivo sem a qual o homem não passa de «besta sadia», essa loucura que nos salva da «metade de nada» em que viver é morrer.
Em contraste com o realismo d'Os Lusíadas (ou do que realista em Camões se pretende), a Mensagem reage pela altiva rejeição a um «real» oco, absurdo, intolerável, propondo-nos em seu lugar a única coisa que vale a pena: o imaginário. Quem não soube – ou não quis – entender a Mensagem ignorou esta diferença essencial; nem soube captar a ironia imanente no intertexto pessoano (compare-se o optimismo voluntário do poema, incluso na profecia, embora marginada pela dúvida, com o pessimismo total da «Elegia na Sombra», escrita uns seis meses depois da publicação do livro, precisamente em 2-VI-1935). Uma vez mais, o poeta se contra-disse, ou disse o que estava latente no não-dito. Resta saber até que ponto o imaginário é susceptível de transformar o leitor enquanto homem e «lusíada, coitado» e em que medida o projecto de Pessoa, vate, cantor de mitos, visava além do simples, conquanto nobre e apaixonado, divertimento estético. Porque esta é, em certa perspectiva, a dupla face de Pessoa.
Jacinto do Prado Coelho, Camões e Pessoa, Poetas da Utopia, Lisboa, Europa-América, 1983
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